sábado, 26 de abril de 2008

A lei Webster

Avança hoje A Bola com a notícia de que Paulo Assunção está de saída do FC Porto, tendo já um princípio de acordo com a Fiorentina. O médio brasileiro tem-se recusado, nos últimos meses, a abordar negociações com os campeões nacionais, sempre tendo por base a oferta milionária dos Viola, que lhe triplica o ordenado, e a possibilidade de sair sem que os clubes tenham de negociar, devido à lei Webster. O FC Porto lá receberá uma indemnização, é certo, mas esta lei, embora sirva também para proteger os direitos dos jogadores, acaba por atacar sobretudo os direitos de clubes com menor potencial financeiro. Os clubes com mais dinheiro podem agora aliciar jogadores sem que estes estejam em final de contrato (antigamente um clube só podia encetar negociações directas com um futebolista nos seus últimos seis meses de contrato). Os jogadores, maravilhados com o dinheiro que lhes é atirado à cara, só têm de esperar que passe o tempo necessário para poderem rescindir ao abrigo da lei (dois ou três anos, conforme a idade do atleta) e depois podem mandar o seu antigo clube às malvas. O clube de origem receberá algum dinheiro, é verdade, mas nunca o dinheiro que receberia numa negociação real (e Pinto da Costa, nisso, é mestre). Entristece-me ver clubes menos poderosos financeiramente serem cada vez mais estrangulados pelos regulamentos de transferências. Embora entenda que as leis Bosman e Webster são importantes para defender os futebolistas, também entendo que deveria haver mecanismos para proteger estes clubes que saem massivamente prejudicados deste tipo de negócios. É que pelo andar da carruagem, o desequilíbrio será tal que milagres como o do FC Porto campeão europeu em 2004 serão cada vez mais raros...

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